sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Biografia


Afonso Henriques era filho de Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e da infanta Teresa de Leão filha ilegítima do rei D. Afonso VI de Castela e Leão, mas tal não é totalmente certo. Há quem defenda que era filho de Egas Moniz. A data e local do seu nascimento não estão determinados de forma inequívoca. Hoje em dia, a data que reúne maior consenso aponta para o ano de 1109. Almeida Fernandes, autor da hipótese que indica Viseu como local de nascimento de D. Afonso Henriques refere a probabilidade de ter nascido em Agosto enquanto outros autores, baseando-se em documentos que remontam ao século XIII referem a data de 25 de Julho do mesmo ano. No entanto, já foram defendidas outras datas e locais para o nascimento do primeiro rei de Portugal, como o ano de 1106 ou de 1111 (hipótese avançada por Alexandre Herculano após a sua leitura da "Crónica dos Godos"). Tradicionalmente, acredita-se que terá nascido e sido criado em Guimarães, onde viveu até 1128. Outros autores, ainda, referem Coimbra ou Viseu como local provável para o seu nascimento.
Em 1120, Afonso tomou uma posição política oposta à da mãe (que apoiava o partido dos Travas), sob a direcção do arcebispo de Braga D. Paio Mendes. Este, forçado a emigrar, levou consigo o infante que em 1122 se armou cavaleiro em Tui.
Restabelecida a paz, voltaram ao condado. Entretanto, novos incidentes provocaram a invasão do Condado Portucalense por Afonso VII de Leão e Castela que, em 1127, cercou Guimarães, onde se encontrava Afonso Henriques. Sendo-lhe prometida a lealdade deste pelo seu aio Egas Moniz, Afonso VII desistiu de conquistar a cidade.
Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de Teresa de Leão e Fernão Peres de Trava defrontaram-se com as de Afonso Henriques na batalha de São Mamede, tendo as tropas do infante saído vitoriosas – o que consagrou a sua autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o governo do condado. Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder, concentrou os seus esforços em negociações junto da Santa Sé com um duplo objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e obter o reconhecimento do Reino.
Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques autoproclamou-se rei de Portugal, com o apoio das suas tropas. Segundo a tradição, a independência foi confirmada mais tarde, nas míticas cortes de Lamego, quando recebeu a coroa de Portugal do arcebispo de Braga, D. João Peculiar, se bem que estudos recentes questionem a reunião destas cortes.
O reconhecimento do Reino de Leão e de Castela chegou em 1143, com o tratado de Zamora, e deve-se ao desejo de Afonso VII de Leão e Castela em tomar o título de imperador de toda a Hispânia e, como tal, necessitar de reis como vassalos. Desde então, Afonso I procurou consolidar a independência por si declarada. Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder, concentrou os seus esforços em negociações junto da Santa Sé com um duplo objectivo: alcançar a plena autonomia da Igreja portuguesa e obter o reconhecimento do Reino, tendo também feito importantes doações à Igreja e fundando diversos conventos.
Procurou também conquistar terreno a sul, povoado então por mouros: Leiria em 1135 (1145, conquista final) usando a técnica de assalto; Santarém em 1146 (1147, conquista final), também utilizando a técnica de assalto; Lisboa (onde utilizou o cerco como táctica de conquista, graças à ajuda dos cruzados), Almada e Palmela em 1147, Alcácer em 1160 e depois quase todo o Alentejo, que posteriormente seria recuperado pelos mouros, pouco antes de D. Afonso falecer (em 1185).
Em 1179 o Papa Alexandre III reconheceu Portugal como país independente e vassalo da Igreja.

Biografia por datas:

1109: Provável ano de nascimento, em Coimbra, Viseu ou Guimarães, do infante Afonso Henriques, filho do conde Henrique de Borgonha e de Dona Teresa, bastarda do rei Afonso VI de Castela e Leão. No mesmo ano morreu Afonso VI (seu avô). Começa a disputa entre Dona Urraca, a herdeira legítima, Dona Teresa e vários outros pretendentes ao trono. A briga pelo poder durou anos.
1122: Afonso Henriques ignorou o cardeal que presidia a cerimónia e armou-se cavaleiro na catedral de Zamora.
1128: Afonso Henriques luta contra a mãe, Dona Teresa, e o seu aliado, o Conde galego Fernão Peres de Trava. As tropas de Afonso Henriques e Dona Teresa enfrentaram-se no campo de São Mamede, junto ao castelo de Guimarães. O exército galego foi derrotado. Esta vitória leva Dona Teresa a desistir da ideia de anexar a Região Portucalense ao reino da Galícia.
1129: No dia 6 de Abril, Afonso Henriques ditou uma carta em que se proclamou soberano das cidades portuguesas.
1135: Afonso VII, filho de dona Urraca, é coroado “imperador de toda a Espanha” na catedral de Leão. Afonso Henriques recusou-se a prestar vassalagem ao primo.
1137: Após ter lutado com Afonso VII no Alto Minho, Afonso Henriques prometou ao imperador “fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos”.
1139: Batalha de Ourique. Afonso Henriques venceu cinco reis mouros e começou a usar o título de Rei.
1143: Tratado de Zamora, no qual estabeleceu a paz com o primo Afonso VII. Primeiro passo para a Independência Portuguesa. Afonso Henriques escreveu ao Papa Inocêncio II e declarou-se “fiel servidor” da Igreja de Roma.
1147: Afonso Henriques expulsou os mouros de Lisboa e Santarém.
1169: Afonso Henriques foi feito prisioneiro pelo rei de Leão, Fernando II.
1179: A Igreja Católica reconheceu, formalmente, a realeza de Afonso Henriques.
1180: Final dos conflitos com Fernando II, de Leão, pela posse de terras na região da fronteira e costa da Andaluzia.
1185: Afonso Henriques morreu e a sua herança, além de imensa fortuna, foi o Condado Portucalense, primeiro território europeu que estabeleceu a sua Identidade Nacional.
Bibliografia: http://www.vidaslusofonas.pt/d.afonso_henriques.htm